Rede Regional de Atenção à Saúde: um olhar contínuo para a população
Levar para o SUS um modelo eficiente e informatizado foi o ponto de partida para a criação do programa Saúde em Ação, que tinha o intuito de transformar a Rede Regional de Atenção à Saúde (RRAS) e garantir um atendimento de qualidade para a população que utiliza os serviços do SUS.
O “Saúde em Ação” foi elaborado para reestruturar e fortalecer o sistema já existente, com a construção de novas unidades, hospitais e reformas distribuídos no estado de São Paulo após estudo epidemiológico. Mas não bastava pensar somente em obras, era preciso investir em equipamentos modernos, informatizar a rede e capacitar os profissionais da saúde.
A Rede é uma forma de organização de todos os serviços e de ações do SUS dentro de uma região, que une os níveis de assistência para atender à população de maneira integral e completa. Segundo o coordenador do projeto Saúde em Ação, o médico pneumologista Ricardo Tardelli, a rede foi elaborada para tornar o sistema mais eficiente e ampliar a conexão entre os pontos de atenção, profissionais e usuários. “Essas redes são extremamente estratégicas para o planejamento de atuação e delimitação dos territórios. Desta forma, as unidades básicas se tornam referência de atendimento em cada região de saúde”, explica Tardelli.
O objetivo da RRAS é olhar de modo complementar os níveis de atenção à saúde, em uma perspectiva que não haja hierarquia entre os serviços - atenção básica, de média e alta complexidade -, pois todas essas etapas são fundamentais no trabalho em conjunto para oferecer continuidade de assistência à população.
O RRAS organiza ações, serviços de promoção, prevenção e recuperação da saúde do paciente do SUS
A rede promove o acolhimento que começa com a atuação do agente comunitário, que entra em contato com uma família, conhece os seus hábitos e procura atender as necessidades de cada pessoa.
São profissionais como técnicos de enfermagem e enfermeiros, nutricionistas, dentistas, agentes comunitários de saúde, clínicos gerais, pediatras, psiquiatras e médicos de família e ginecologia, que realizam procedimentos como o controle e diagnósticos de diabetes e hipertensão arterial, papanicolau, pré-natal, trabalhos de prevenção e controle de doenças crônicas e agudas, entre outros que não exigem um grau de tecnologia para o cuidado com o cidadão.
É composta por ações e serviços que visam atender aos principais problemas e agravos de saúde da população, cuja complexidade demande profissionais especializados, como cardiologistas, ortopedistas, nefrologistas, pneumologistas, e utilização de recursos tecnológicos, para apoio ao diagnóstico e tratamento. Podem ser realizadas cirurgias ambulatoriais especializadas, procedimentos cirúrgicos traumáticos e ortopédicos, ultrassonografia, exames de sangue, fisioterapia, parto de risco habitual, etc. São processos que demandam certa tecnologia no atendimento.
É um conjunto de procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo como o apoio e tratamento ao paciente com câncer e doença renal, como diálise e hemodiálise, cirurgias cardíaca, bariátrica e neurológica, cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical, transplantes, entre outros.
Para estabelecer a RRAS, é necessário definir territorialmente uma região de saúde, respeitando as especificidades de sua população, como os indicadores sociais e perfis epidemiológicos. Historicamente, a estrutura era fragmentada, os pontos de atenção à saúde trabalhavam de forma independente em vez de estabelecer uma comunicação entre si. Por exemplo, o cidadão vai a uma Unidade Básica e não pode ser tratado por apresentar um quadro mais delicado e aí retorna para casa sem o cuidado primordial. Ou ao contrário, um paciente com enfermidade de atendimento primário procura um hospital de alta complexidade e, então, tem que recomeçar o caminho para buscar o serviço necessário, atrasando o processo de recuperação.
Deste modo, o sistema de saúde não é eficiente e a população fica desamparada. A RRAS é fundamental para que os serviços do SUS sejam interligados e que pontos de atenção se comuniquem. A rede permite que o paciente seja encaminhado para o serviço que o atenda de acordo com a necessidade de saúde dele.
Este cuidado vem desde a prevenção das patologias para evitar, ao máximo, que a população seja atingida por doenças crônicas e agudas, bem como aumentar a qualidade e a oferta na prestação dos serviços.
É um conjunto de todas as unidades de saúde que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS):
A RRAS foi criada para atender à população dentro dos três principais pilares do SUS:
Atendimento de forma completa e integral. Desde a promoção da saúde, prevenção até ações de assistência e recuperação de enfermidades, sejam elas para a detecção precoce de doenças ou ações de diagnóstico, tratamento e reabilitação.
Dar prioridade de atendimento, atenção especial aos cidadãos em situação mais grave ou condições mais precárias.
Cobertura de serviços para toda população, sem barreiras sociais, econômicas e culturais. O objetivo é o de oferecer um atendimento universal, sem distinção.