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quinta-feira, 20 abril, 2017

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Veja como estimular o bebê nos primeiros mil dias de vida

Nos primeiros mil dias de vida, o bebê é capaz de fazer de 700 a 1000 sinapses em seu cérebro por segundo. Essa é a fase em que a criança descobre o mundo em que ela vive e a si mesma, aproveitando as chamadas “janelas de oportunidades”, onde o aprendizado é mais fácil e as primeiras aptidões se desenvolvem. Os pais precisam aproveitar esse momento único na vida de seu filho e estimular os sentidos com brincadeiras, música e histórias.

Confira no vídeo como funciona o cérebro da criança:

Segundo Anna Maria Chiesa, consultora da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o contato dos familiares com o bebê ajuda a acelerar o processo do entendimento do que acontece ao redor da criança. “Fortalecer a relação entre as crianças, suas famílias e a comunidade em que estão inseridas é de extrema importância. Muitos desses vínculos são estabelecidos nestes 1000 primeiros dias, período conhecido como Primeiríssima Infância”, diz.

Veja cinco formas de estimular o cérebro do bebê:

  • Objetos coloridos

Principalmente no primeiro ano de vida, as crianças costumam se sentir atraídas por cores vivas e alegres, portanto utilizar brinquedos e outros objetos coloridos é uma forma de mexer com sua atenção e trabalhar a capacidade sensorial e motora. Também é importante oferecer ao bebê a chance de tocar e sentir esses objetos, sempre com a supervisão de um adulto.

  • Músicas

As canções são uma importante ferramenta para estimular a audição e a fala das crianças, além da capacidade intelectual. Elas ajudam os pequenos a se expressar e a pronunciar melhor as sílabas. Portanto, não tenha medo de cantar para o bebê desde os primeiros meses, se possível integrando-o na festa com estímulos sonoros, como chocalhos.

  • Corpo em movimento

Com aproximadamente cinco meses de vida, a criança aprende alguns movimentos básicos, como rolar para o lado, e depois vão aprendendo outras formas de locomoção, como engatinhar. Para incentivar esses passos, a dica é tocar e movimentar as pernas e os braços do bebê, para que ele entenda o que seu corpo pode realizar. Os pais também podem fazer expressões faciais durante as brincadeiras.

  • Pequenas tarefas

Com aproximadamente um ano, o bebê já pode começar a ter algumas noções de autonomia. É uma boa fase para oferecer a colher para que ele tente se alimentar, colocar potes vazios na banheira para que ele mesmo crie suas brincadeiras com a água, estimular para que tire seus próprios sapatos, ou até mesmo pedir para que ele busque objetos próximos. Isso influencia positivamente nas noções de espaço, responsabilidade e criatividade.

  • Conte histórias

No período de um a dois anos de idade, as crianças já podem reconhecer relatos e personagens. Aproveite para contar histórias curtas, já que o tempo de concentração do bebê ainda é reduzido. Isso permite que a criança reconheça melhor seus sentimentos e trabalhe sua relação com as outras pessoas ao seu redor, identificando padrões de comportamento.

 

Cuidados básicos

Além dos estímulos, os pais precisam estar conscientes que, nessa idade, os bebês têm a saúde frágil, o que requer alguns cuidados. É necessário, portanto, manter o acompanhamento médico regular, com os devidos testes e as vacinas exigidas nessa idade. A nutrição também é um fator importante, desde a fase da gestação, e passando pela amamentação, já que crianças com baixo peso têm mais chances de desenvolver doenças crônicas.

Mas o desenvolvimento físico deve ser acompanhado pelo cognitivo e emocional. Assim, um ambiente saudável pode fazer a diferença positivamente. “Há evidências científicas de que o ambiente é tão importante ou mais do que a herança genética”, conta Anna. “O tipo de cuidado é definitivo para o desenvolvimento, ajudando a criança a transitar da fase de extrema dependência para a de autonomia”.

O comprometimento dos pais na formação é um diferencial para estreitar o vínculo com os bebês. A dica é prestar cuidados e oferecer o amor e o carinho que seus filhos precisam para se sentirem integrados no núcleo familiar.

Segundo a consultora do programa, o trabalho pode ser feito em conjunto com o resto da comunidade. “Como podemos observar, o crescimento e desenvolvimento infantil é uma tarefa de muitos: família nuclear, família ampliada, vizinhança (rede social de apoio da família), profissionais que interagem com a família (saúde, educação e assistência e desenvolvimento social) e toda a sociedade devem se articular para apoiar esse processo”, explica.

Saúde em Ação

O Saúde em Ação vai levar para cinco regiões do Estado de São Paulo a “Linha de Cuidado da Criança”. Os municípios que fazem parte de sua rede vão ter acesso ao conteúdo do Programa São Paulo pela Primeiríssima Infância, o objetivo é orientar os profissionais da saúde a estimular os pais das crianças a explorar essa fase da vida do seu bebê.

O trabalho está sendo desenvolvido de maneira integrada com profissionais das Secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, que atuam juntas para facilitar a aplicação dos conceitos em diversas frentes, permitindo que as crianças e suas famílias tenham o acompanhamento necessário para proporcionar o ambiente ideal de crescimento.

No âmbito da formação, a parceria conta com oficinas voltadas para profissionais da rede de saúde, educação e assistência e desenvolvimento social nos seguintes temas: Pré Natal, Puerpério e Amamentação, Grupos com famílias de gestantes e crianças de 0 a 3 anos, Espaços lúdicos comunitários, Parto Humanizado, Formação de professores sobre desenvolvimento infantil e Puericultura: Práticas ampliadas.

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