O Saúde em Ação fechou parceria com o Tellus e a partir de dezembro o instituto enviará equipes para os 71 municípios que fazem parte do programa da Secretaria de Saúde do Estado. Uma semana antes da inauguração da unidade de saúde, o Tellus fará um trabalho intenso de cinco dias com profissionais e com a comunidade.

O instituto faz um trabalho personalizado e humanizado, de acordo com as características de cada município.  Além da capacitação dos profissionais de saúde, o Tellus também fará imersões com a comunidade, para que a população tenha uma participação ativa dentro da unidade de saúde.

Os objetivos da parceria

O Programa Saúde em Ação trabalha a partir do conceito de que as unidades que serão construídas não devem ser simples prédios onde acontecem os atendimentos, mas sim núcleos de comunidades, onde o usuário se sinta acolhido e assistido. Para isso, o projeto inclui parceiros como o Instituto Tellus, uma organização sem fins lucrativos e responsável por estudos e ações com foco na melhoria dos serviços públicos.

O modelo de trabalho da parceria é baseado no conceito do design thinking, um conjunto de processos e análises que abordam os problemas de um serviço colocando as pessoas como centro do desenvolvimento do projeto. Germano Guimarães, cofundador e diretor do Instituto Tellus, explica que colocar-se no lugar dos usuários é fundamental.

Germano Guimarães, diretor do Tellus

“Nosso ponto de partida é a necessidade que temos de melhorar os serviços públicos no Brasil. Não podemos criar estratégias baseadas só em uma lógica de gabinete. As pessoas que utilizarão os serviços têm que ser o foco principal do trabalho”, explica.

Para fazer com que as obras do Saúde em Ação alcancem o público da maneira desejada, o ponto de partida da parceria com o instituto foi definir qual é o maior desafio existente na atenção básica, traçando um perfil dos usuários e indicando como eles vivem e a jornada que fazem até as unidades.

“Além das pesquisas etnográficas, utilizamos métodos nos colocarmos no lugar das pessoas que utilizarão o serviço. Por exemplo, passamos um dia em uma UBS com os pacientes, e identificamos o que pode ser melhorado, o que funciona, e como é a experiência para o usuário no geral”, diz Germano.

Oficina de inovação realizada pelo Tellus, em Teresina

Esse processo, chamado de “Experiência Empática”, é uma entre as várias metodologias adotadas pelo Tellus no Saúde em Ação. Também serão realizados treinamentos e qualificações com os profissionais que atuarão nas unidades entregues pelo programa, envolvendo não só a parte técnica, mas também conceitos de trabalho de equipe e resiliência, entre outros.

“Se conseguirmos criar um modelo de atenção básica que seja resolutivo e que acolha o usuário, ele vai qualificar a experiência como positiva e poderá ajudar a unidade a ficar ainda melhor. Em vez de enfrentar filas em um hospital cheio, ele se sentirá seguro para ir na UBS próxima de sua residência”, conta o diretor.

O plano é conseguir o engajamento das comunidades locais com oficinas que envolvam os moradores no processo de evolução das unidades. Essas imersões serão realizadas nas cinco regiões do programa, adaptando-se às particularidades regionais.

Fátima Bombarda, gerente técnica de redes de atenção do Saúde em Ação, conta que pensar na integração com a comunidade é fundamental para o trabalho com as instituições parceiras do programa: “É de extrema importância que compartilhem nosso objetivo de acolhimento do usuário, como o Tellus faz. Não se trata apenas de investimento financeiro, mas sim da expansão de um modelo”, finaliza.