Um dos maiores objetivos do programa Saúde em Ação é aumentar a integração entre o sistema de saúde e a comunidade. Para conseguir estreitar esse laço, o projeto investe nas obras de 120 clínicas consideradas a porta de entrada do SUS. Essas unidades irão organizar a demanda e tratar de casos que necessitem de atendimento primário. Casos mais complexos serão encaminhados para os hospitais.

As clínicas que o programa entregará às prefeituras terão atendimento humanizado e com alto padrão de qualidade, permitindo a prevenção de doenças e a promoção da saúde, além de diminuir as filas em hospitais.

Nivaldo Carneiro Junior e Marta Campagnoni, médicos sanitaristas que fazem parte da Unidade de Coordenação do Projeto, contam sete vantagens trazidas pelo atendimento das clínicas. Confira:

Médico perto do paciente

O atendimento das clínicas não se limita somente aos grandes centros, permitindo que a população de cidades mais afastadas também tenha acesso de qualidade à saúde sem precisar percorrer longas distâncias. “Por definição, a atenção primária tem que estar o mais próxima possível da população, facilitando a chegada ao local das consultas”, explica Marta.

Menos filas

Atualmente, as pessoas vão aos hospitais ao perceberem sintomas de uma doença. Mas a maior parte dos problemas de baixa complexidade pode ser resolvida em uma clínica. “Quando a pessoa tem pressão alta, por exemplo, ela costuma procurar um cardiologista, algo que poderia ser monitorado e acompanhado nas clínicas, com menos tempo de espera”, diz Nivaldo.

Baixo custo

Por se tratar de unidades menores que os hospitais e outras instalações de grande porte, as clínicas acabam custando menos e fazendo valer a pena o investimento para grande parte dos municípios. “Cada unidade abrange, em média, uma população de 25 mil habitantes, quantidade considerada ideal para equilibrar os custos e a qualidade de atendimento”, diz Nivaldo.

Acompanhamento personalizado

A proximidade com a população faz com que os pacientes possam não apenas tratar enfermidades passageiras, mas contar com o atendimento contínuo dos profissionais. “É característica do atendimento dessas clínicas desenvolver práticas e ações que tenham um diálogo contínuo com a comunidade, incluindo acompanhamentos e atendimento domiciliar”, explica Nivaldo.

Prevenção de doenças

A melhor maneira de diminuir as filas de espera é evitando as enfermidades. É por isso que as clínicas contam com campanhas de prevenção de doenças que englobam toda a comunidade, e ampliando as fronteiras da saúde. “A unidade não deve atender somente aqueles que estão doentes, mas também os que não estão”, diz Marta.

Profissionais humanizados

Assim como todas as outras obras do programa, as clínicas do Saúde em Ação são padronizadas com atendimento moderno e humanizado, para mudar a forma que a população enxerga o SUS. “Não se trata apenas de equipar, mas também de capacitar. Existe a fase de acolhimento, em que escutamos e avaliamos a necessidade dos pacientes. A partir daí, realizamos o atendimento apropriado. O usuário precisa ter uma experiência positiva com os profissionais. Assim ele retornará se necessário e reconhecerá a importância deste trabalho”, explica Marta.

Diálogo com a comunidade

Para saber se as unidades estão atendendo as necessidades da população, é preciso que seus usuários tenham voz ativa. É por isso que as clínicas contam com um conselho gestor, que reúne membros da comunidade e da unidade. “Esse comitê verifica o funcionamento e avalia se as clínicas estão cumprindo com suas funções, fazendo com que o cidadão se veja como peça central na busca pelo atendimento de qualidade na saúde”, finaliza Marta.