Saúde em Ação Menu

Imprensa

quinta-feira, 27 julho, 2017

Matérias

Conheça cinco dicas para garantir a alimentação saudável do bebê

Uma dieta saudável durante os primeiros anos da vida de uma criança é um dos fatores fundamentais para que ela se desenvolva em diversos aspectos. Além de auxiliar no crescimento físico do bebê, a alimentação balanceada ajuda também a regular as conexões neurológicas e do sistema nervoso.

Para colocar essa teoria em prática, é importante ter em mente algumas noções sobre a melhor maneira de alimentar criança nos três primeiros anos de idade, período conhecido como Primeiríssima Infância. E apresentar hábitos alimentares saudáveis para a criança desde cedo pode ser fácil seguindo algumas dicas, dadas pela nutricionista Lenycia Neri, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da FMUSP.

  • Amamentação

Nos primeiros seis meses de vida, tudo que o bebê precisa em termos de alimentação está presente no leite materno. Além de ser um hábito mais econômico e prático, recomenda-se que esse seja o único alimento oferecido para a criança durante o período, evitando até mesmo a água.

 

“O leite oferece todos os nutrientes necessários para o bebê, além de componentes da defesa do organismo transmitidos pela mãe. Ele coloniza o intestino com bactérias benéficas que podem ter efeito até a vida adulta, prevenindo obesidade, alergias alimentares, doenças infecciosas e problemas gastrointestinais”, explica Lenycia.

 

A criança não é a única beneficiada, já que o hábito ajuda na recuperação física da mãe, diz a especialista. “Amamentar pode prevenir contra o câncer de mama, além de ajudar na involução uterina, fazendo com que a barriga volte ao tamanho anterior à gravidez com mais facilidade”, conta a especialista.

 

  • Transição

 

A partir dos seis meses de idade, o bebê já pode começar a ser inserido em uma dieta mais variada. O leite materno continua sendo uma parte importante dessa rotina, mas ele já pode ser apresentado a alimentos novos, como frutas e papinhas nos intervalos entre a amamentação.

 

“A grande dica nesta fase de transição é não se estressar. Ofereça os alimentos saudáveis, um de cada vez e não valorize as caretas do bebê. É normal nesta fase o fazer caretas para alimentos novos, pois tudo é novidade. Muda-se a textura, o sabor, a forma de alimentar, e tudo é um aprendizado. Por isso, ofereça de 8 a 10 vezes o mesmo alimento em dias diferentes, para certificar se ele gostou ou não. Um ambiente calmo favorece a aceitação dos alimentos”, diz Lenycia.

 

  • Variação de grupos

 

A papinha preparada para o bebê deve valorizar alimentos de cinco grupos alimentares, capazes de oferecer os nutrientes necessários para o corpo dele nesta idade. É importante contar, por exemplo, com alimentos ricos em carboidratos, como batata, mandioca, arroz e macarrão, entre outros, que serão uma ótima fonte de energia para a criança.

 

Carnes e ovos também são extremamente importantes para o bebê, pois a partir dos seis meses o seu “estoque” de ferro no fígado acaba, precisando ser complementado com alimentos que sejam ricos nesse nutriente.

Também é possível oferecer hortaliças folhosas, algo que os pais e cuidadores não costumam fazer por medo do bebê engasgar, mas que são uma fonte importante caso sejam apresentados bem cortados, sem risco para a criança.

 

Legumes mais doces, como cenoura e abóbora, podem ser oferecidos antes, abrindo caminho para uma variação maior, incluindo chuchu e pepino, entre outros.

 

Para encerrar, o grupo das leguminosas composto por feijão, soja, lentilha e grão de bico, rico em vitaminas e minerais. “Para evitar o famoso medo de gases no bebê, deixe o feijão de remolho em água por 10 horas (de um dia para outro) e despreze esta água para o cozimento do feijão, assim fatores antinutricionais serão eliminados junto com a água”, indica a nutricionista.

 

  • Cortar e amassar

 

Nos primeiros anos, a criança ainda não tem total controle das habilidades, então é necessário auxiliá-la também durante a alimentação. É por isso que alimentos maiores, que apresentem algum risco de engasgamento ou até mesmo dificuldade para manuseio, devem ser cortados e amassados para facilitar o processo.

 

Conforme o tempo for passando, os pedaços podem mudar de tamanho, respeitando o desenvolvimento do bebê. “Alguns alimentos podem ser oferecidos gradativamente maiores, mas prestando atenção enquanto ele come. A banana, por exemplo, demanda um longo tempo e a criança não comerá tudo, mas não se assuste, pois ela está aprendendo novos sabores e comendo de acordo com a fome”, explica Lenycia.

 

  • Rejeição

 

Com aproximadamente um ano de idade, a criança já pode ter uma alimentação mais ou menos parecida com o do restante da família, mas sempre mantendo alguns hábitos saudáveis. Alimentos ultraprocessados, por exemplo, que contam com alta quantidade de sal ou açúcar não devem ser oferecidos até o bebê completar dois anos, para não prejudicar sua saúde nem o paladar.

 

Para deixar a comida mais saborosa e interessante para a criança, a papinha caseira pode ser temperada com ervas, cebola e alho. “O sal pode diminuir a aceitação da papa, pois nessa idade é normal preferir o sabor adocicado, mais semelhante ao leite materno”.

 

Saúde em Ação

O programa Saúde em Ação vai levar para cinco regiões do Estado de São Paulo a “Linha de Cuidado da Criança”. Os municípios que fazem parte de sua rede vão ter acesso ao conteúdo do Programa São Paulo pela Primeiríssima Infância, com o objetivo de orientar os profissionais da saúde a estimular os pais das crianças a explorar essa fase da vida do seu bebê.

O trabalho está sendo desenvolvido de maneira integrada com profissionais das Secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Social, que atuam juntas para facilitar a aplicação dos conceitos em diversas frentes, permitindo que as crianças e suas famílias tenham o acompanhamento necessário para proporcionar o ambiente ideal de crescimento.

No âmbito da formação, a parceria conta com oficinas voltadas para profissionais da rede de saúde, educação e assistência e desenvolvimento social nos seguintes temas: Pré Natal, Puerpério e Amamentação, Grupos com famílias de gestantes e crianças de 0 a 3 anos, Espaços lúdicos comunitários, Parto Humanizado, Formação de professores sobre desenvolvimento infantil e Puericultura: Práticas ampliadas.

topo