Gengivoestomatites
É doença caracterizada por lesões vesiculares na cavidade oral que evoluem para ulcerações.
Os agentes etiológicos mais frequentes são os vírus herpes simplex e o enterovírus coxsackie.
A gengivoestomatite herpética primária é altamente contagiosa, pode ocorrer em todas as idades, mas afeta tipicamente crianças (mais comum na faixa etária de 6 meses até 5 anos) e tem elevada taxa de recorrência da infecção. Os sintomas podem variar de um leve desconforto até encefalite. Apenas cerca de 5% a 10% dos pacientes inicialmente infectados desenvolvem lesões clínicas. Em geral, inicia-se com pequenas lesões vesiculares dolorosas, seguidas de febre alta, salivação e perda de apetite e evolução para úlceras. Acomete toda a cavidade oral e é comum a criança apresentar aumento de linfonodos submandibulares, submaxilares e cervicais. Dura em média 7 a 10 dias.
O vírus coxsackie, além das lesões na boca e febre, pode ocasionar lesões vesiculares em palmas das mãos e plantas dos pés, caracterizando a síndrome mão-pé-boca. Pode durar até sete dias.
As principais complicações das gengivoestomatites são: infecção secundária da mucosa oral por fungos e bactérias, desidratação e hipoglicemia decorrentes da baixa ingestão de líquidos e alimentos, miocardite viral (geralmente pelo Coxsackie).
A gestão do cuidado nas estomatites consiste em:
• Uso de analgésico e antitérmico para alívio dos principais sintomas.
• Higienização oral.
• Hidratação.
• Dieta fracionada, com alimentos pastosos ou líquidos não ácidos e em temperatura amena.
• Uso de antibióticos nos casos de infecção secundária bacteriana.
• Monitoramento de sinais de alerta (taquicardia, febre persistente, recusa alimentar).
• Retorno para reavaliação em uma semana, ou antes, se necessário. Continuidade de seguimento de Puericultura
Anestésicos tópicos ou antiinflamatórios não têm benefícios e são contraindicados para crianças pequenas.
Aciclovir: tem sido prescrito para gengivoestomatite herpética primária, porém uma revisão sistemática da Cochrane Library identificou apenas um ensaio clínico randomizado controlado que analisou a eficácia deste fármaco. As provas foram fracas quanto à sua eficácia para reduzir o número de lesões orais, impedir o desenvolvimento de novas lesões extraorais, diminuir o número de indivíduos com dificuldades para comer e beber e reduzir o número de internações de crianças menores de 6 anos de idade. Tem sido utilizado em casos graves hospitalizados e em imunodeprimidos.